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ARCANO V – O HIEROFANTE      LEI V – LEI DA MESTRIA

 

         Muito do que seria comentado aqui já foi antecipado no texto sobre A MESTRIA E O SAGRADO,  nesta mesma página, no último dia 8 de junho e está contido também no Site. Vamos nos concentrar, portanto, nos aspectos simbólicos do Arcano aduzindo apenas algumas considerações com respeito à atuação da Lei na Tríade.

        A energia do Hierofante, no seu papel de mediador, é basicamente de comunicação, estabelecendo uma ponte entre o profano e o sagrado, portanto, conectando realidades semelhantes em dimensões diferentes.

Apesar de o Ser humano possuir uma natureza tríplice, elas têm dificuldades em se comunicar e harmonizar permitindo um deslocamento entre dimensões e quando consegue uma passagem, na maioria dos casos, é quase sem querer ou com a necessidade de algum tipo de ajuda para poder prosseguir. Exemplos disso não faltam.

         A mitologia nos fala do barqueiro Caronte que transportava as almas através do Rio da Morte. Todos já devem ter ouvido relatos de casos de pacientes a beira de morte que teriam visões de familiares ou pessoas amadas que vêm buscá-las para a travessia.  Anúbis e Hermes são outros exemplos de mediadores entre dimensões, seja no papel de condutor como de mensageiro. Ariadne e o seu fio que permitiu a Teseu encontrar o caminho dentro do labirinto do Minotauro garante simbolicamente a conexão entre o exterior e o interior. Mais recentemente nas fábulas infantis, um novo modelo de mitologia contemporânea, temos a figura do Coelho que conduz Alice ao País das Maravilhas.

         Esses personagens são denominados Psicopompos (condutores de almas), transitando livremente entre os reinos do Consciente e do Inconsciente, sempre encontrando o seu caminho e capazes de conduzir os que precisam de ajuda.

         Anúbis, representado no Arcano V, é encarregado de conduzir através do mundo dos mortos as almas que se dirigem ao Tribunal de Osíris para o julgamento onde o peso de seus corações será medido em comparação com o da pena de Ma’at. A sua presença no Arcano está perfeitamente coerente com o papel do Hierofante que abre as portas do sagrado, comunicando as dimensões do profano e do sagrado.

         A presença da chama no plano espiritual é sugestiva por ser o fogo o elemento associado ao naipe de paus – o do Espírito – símbolo de inspiração, construção e trabalho. Mas, por estar envolto num campo rosa,  essa energia espiritual está sujeita a influências emocionais no sentido e que seu aproveitamento exige envolvimento, ou seja, é impossível construir, crescer, criar, dedicar-se e ser bom no que faz sem uma motivação, sem gostar do que faz.

         Por seu lado, no campo material aparece dentro do cartucho rosa a necessidade de equilíbrio no trato dessa emoção através de clareza mental, intuição, versatilidade, imparcialidade e equilíbrio representados pelos triângulos verde e amarelo equilibrados nos braços de uma balança.

         Na figura de Anúbis, no Plano Mental intermediário, predominam também as cores rosa e amarelo, acompanhadas aqui do negro do oculto e do violeta da espiritualidade e do destaque espiritual.

         A resultante desse conjunto de energias caracteriza o Mestre, projetando-se naturalmente e permitindo que a sua “autoridade” seja percebida, emprestando-lhe a necessidade legitimidade decorrente da sua percepção.

         Ao fechar a Tríade 3-4-5, a Lei V permite a manifestação e consequente transposição para o mundo material do Poder de origem e  da autoridade do seu intérprete. Completa-se desta forma a Unidade da Tríade que só pode existir como tal se os seus três elementos estiverem presentes. Não há autoridade sem um Poder que a sustente e sem o reconhecimento que lhe confira legitimidade. Isto exige competência, equilíbrio, bom senso e elevado poder de comunicação. Tudo com o mínimo de “estática” possível no ambiente carregado e poluído em que qualquer ser humano tem de se manifestar.

         A rigor, toda Lei de encerramento de uma Tríade acaba sendo, em maior ou menor escala, uma energia de comunicação pois, ao se repetir na entrada da próxima fase, ela estabelece uma ponte entre fases ou  ciclos. A relevância da Lei V está no fato de ser a que permite a conexão entre dimensões e, portanto, precisar transitar pelos dois planos, funcionando como condutora e reveladora do caminho.

       Recomendo àqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ler o texto mencionado mais acima que o façam e que consultem o Site, também citado, no botão de textos referente à Lei V, para completar o mosaico que permite o entendimento dessa Lei.

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