top of page

ARCANO XI – A FORÇA LEI XI – LEI DA INTENSIDADE

SIMBOLISMO (PARTE 1)

     Para começar a entender este Arcano é preciso lembrar o que já foi antecipado quando tratamos da Lei II – a energia do Arcano XI é basicamente a mesma daquele Arcano, porém numa oitava mais densa. Fazendo a redução numérica teremos: 11 => 1 + 1 = 2. No nível desta oitava o controle mental do Arcano II passa para uma ação direta de comando ostensivo. Pode ser apropriado, neste caso, dizer que “o Onze é o Dois que fala”, pois as características mentais deste último tornam mais difícil a sua expressão direta.

      Podemos observar ainda que o Arcano deixa bem clara a predominância do feminino. O Plano Espiritual influencia o Arcano através do triângulo invertido, símbolo do Elemento Água e do Feminino. No plano Astral, o dinamismo da energia está sendo mediado por uma mulher. Esta figura representa praticamente toda a situação descrita.

     A relação de mediadora entre o lado bestial humano e o ego, que não consegue lidar diretamente com esta força que não compreende, é representada pela mulher em diversas fábulas ou mitos que encontramos no decorrer da história: como A Bela e a Fera, O Príncipe Sapo, etc. É bem diferente quando aparece uma figura masculina como este intermediário, bastando analisar a lenda de Hércules, que mata o leão de Neméia, como o primeiro de seus doze trabalhos para o rei Euristeu da Grécia. As duas primeiras histórias citadas mostram, poeticamente, como a relação deste lado nosso, anima, pode domar a fera que nos é interior, e por vezes, mostrar sua face mais bonita.

11.jpg

      Cabe observar que é preciso que a pessoa possua com elevado grau de iniciação, como atesta a serpente Uraeus na tiara que traz à cabeça e os adornos corporais exibidos. Suas vestes de cor violeta lhe emprestam características de grande espiritualidade, capacidade de doação, poder de cura e facilidade de comunicação com os planos superiores. O simbolismo da cor violeta é muito rico e intenso, pois ela está no limiar superior da percepção humana, o que indica sua proximidade dos planos mais elevados, composta que é por contribuições significativas das demais cores do espectro. As emoções do leão cor de rosa são controladas pela versatilidade, inteligência e equilíbrio representados pela sua juba verde.

      A força que controla o leão interior não é a que vem dos atributos ou apetrechos físicos, mas a que se origina no âmago de cada um e faz com que sejamos fiéis às nossas convicções. A mulher usa os atributos da Paz, do Amor e da Confiança para controlar o leão, representativo dos seus desejos interiores e instintos mais primitivos (animais). É importante notar que não se fala aqui de repressão ou negação desses instintos, mas de controle, canalização e direcionamento. A sexualidade saudável, por exemplo, está intimamente ligada com a nossa capacidade de desenvolvimento espiritual. Entenda-se aqui por sexo, não apenas o lado biológico do termo, mas o seu sentido amplo ligado a qualquer tipo de fecundação – uma ideia, por exemplo, tem a capacidade de fecundar a mente permitindo que novos patamares sejam alcançados. Onde há fecundação, o sexo está presente.

     Este Arcano representa a força interior, firmeza de caráter, coragem para defrontar os próprios instintos e fraquezas e dominá-los para poder prosseguir no caminho. É encarado por alguns estudiosos como um complemento do Arcano Sete – O Carro – adicionando a ele os ingredientes femininos que permitirão o controle das situações através de um processo mais suave de persuasão. O segredo está em perceber que a vitória reside também na habilidade de transformar os aparentes adversários – internos e externos - em aliados.

      No Plano Material, dentro do cubo que representa a materialização, o Falcão – símbolo de Hórus – cavalga uma serpente (Apep ou Apophis) que sempre tenta obstruir o caminho da barca de Rá, representando, neste Plano, o resultado concreto correspondente da postura da mulher representada no Plano Astral ao controlar seus instintos mais primitivos. A figura do falcão cavalgando a serpente tem um significado escatológico no que se refere ao destino último da humanidade de controle sobre as forças involutivas, muito mais no sentido de convívio harmônico do que no de erradicação ou vitória. A serpente continua viva, mas sob controle. A imagem da serpente com pernas não deve surpreender, pois já foram encontrados indícios desse tipo de animal nas eras jurássica e cretácea.

Âncora 1

ARCANO XI – A FORÇA   LEI XI – LEI DA INTENSIDADE

REFLEXOS NA VIDA REAL (PARTE 2)

      Entender a denominação de Lei da Intensidade é um passo importante para vivê-la objetivamente. Como toda segunda Lei de uma Tríade, ela precisa prover um receptáculo no qual a energia circulante possa ser devidamente analisada e trabalhada para permitir o seu melhor aproveitamento. Uma decisão foi tomada na Tríade anterior (8-9-10) e a Lei X a transporta para a Tríade atual (10-11-12), para inicio de execução. Uma Lei XI bem administrada entende que nesta fase do processo existe muita coisa em jogo – uma decisão foi tomada por quem de direito, dentro da hierarquia do processo, e precisa ser cumprida; recursos podem ter sido alocados implicando em riscos a considerar; e o meio ambiente está em permanente mutação ameaçando a oportunidade da decisão. Qualquer indecisão pode ser fatal para o processo. Concentração e Foco são os atributos que esta Lei oferece aos seus portadores para lidar com isso.

   Cumprir uma decisão exige foco para impedir que as alternativas abandonadas continuem “pipocando” nas mentes dos executores e desviando a sua atenção. Nos processos mentais individuais contestar suas próprias decisões é algo impensável e só iria mostrar o grau de divisão de nossa personalidade, permitindo a atuação de vários “Eus”. Mesmo nos processos estruturais é esperado que todos os esforços sejam concentrados na decisão final. Não vamos entrar aqui em considerações sobre os canais apropriados para contestar uma decisão estrutural na qual existem várias individualidades envolvidas.

      Focar em algo implica em concentrar energias num espaço restrito o que, naturalmente, aumenta a intensidade da sua atuação, o que não aconteceria no caso de divisão de esforços. Este é o motivo que torna os portadores desta Lei pessoas intensas, cheias de energia e tão certas de si mesmas, a ponto de acharem que sabem o que é melhor para todos, podendo acabar por desenvolver personalidades extremamente interferentes. Por outro lado, a fidelidade às suas escolhas e decisões tornam muito difícil para eles aceitar o insucesso, chegando ao ponto de não entrarem em qualquer processo ou disputa em que possam vislumbrar qualquer possibilidade de falha – trata-se de uma avaliação do risco de comprometimento de sua própria autoimagem.

    A capacidade de manter o Foco nas situações é sempre positiva quando estamos atentos  aos possíveis efeitos colaterais que precisam ser evitados.

  • Como já vimos, a própria energia da Lei imprime características de controle ativo. Neste caso se enquadra o padrão de comportamento interferente, que nada mais é do que uma tentativa de exercer controle das situações. Projetar abertamente a intensidade dessa energia sobre os outros tende a sufocar as pessoas e inibir a sua iniciativa. Esta é uma atitude que deve ser combatida pelos portadores das características desta Lei que não conseguem controlar o seu ímpeto de se meter onde não são chamados, mesmo com a melhor das intenções, o que normalmente acontece, por acharem que sabem o que é melhor para todos em qualquer situação.

  • Manter-se focado exacerba o estado de atenção o que tende a manter as pessoas permanentemente “ligadas”, o que pode gerar uma sobrecarga mental, por falta de momentos de relaxamento. Deixam de aproveitar momentos que deveriam ser de prazer e realização por estarem permanentemente atentos a tudo, buscando controlar o que acontece, nos mínimos detalhes.

  • O potencial energético disponível pela concentração pode provocar a entrada nos processos ou nas situações com intensidade desproporcional, podendo causar mal-estar e prejudicar o seu desenrolar. Comportamento brusco e intempestivo em vez de persuasão;

     

      Os alertas acima devem estar sempre ativos, para permitir o melhor aproveitamento da energia da Lei, evitando que ela se perca fora dos objetivos desejados.

A capacidade de focalizar suas energias funciona como um grande auxiliar nos processos de cura e a concentração mental, que consegue reunir os fragmentos dispersos da mente, é um veículo valioso de conexão com os planos superiores. A combinação dessas duas características, se bem exploradas, contribuem para o afloramento de dons latentes que podem ser utilizados em benefício próprio e dos que nos cercam.

      Além disso, os portadores desta energia por disporem dessa capacidade e ao não desperdiçarem suas forças, desenvolvem uma grande capacidade de trabalho que permite o desempenho de atividades simultâneas, não sendo raro vê-los com mais de um emprego e sempre em busca do que vai lhe permitir “aproveitar melhor o tempo disponível”. Mas, na realidade, o que vemos acontecer nada mais é do que o comportamento de um tipo “workaholic” que caracteriza um trabalhador compulsivo o que, embora não possa ser condenado, deve ser encarado com os cuidados necessários.

bottom of page