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​​O Céu de cada um​

 

   Muita gente acha que certo tipo de Conhecimento deve ser deixado quieto no seu canto, pois seria perda de tempo e esforços tentar entende-los, por estarem acima da capacidade humana.   Já comentei sobre isso em artigo anterior (Explicando o Inexplicável) e já deixei claro que não me incluo nesse grupo.   Tudo tem algum tipo de explicação, mesmo que, no momento, ainda não consigamos percebê-la e se não nos aventurarmos, formulando algumas hipóteses, jamais poderemos avançar.     Além da própria natureza de cada um, o estudo do Eneagrama, com o tempo, vai aperfeiçoando a nossa percepção do Todo, da Unidade e dos Cosmos que ela pode conter, tornando as pessoas, gradativamente, mais aptas a administrar internamente, com razoável sucesso, as mudanças impostas pelo mundo exterior.

     Para escolher os seus caminhos seria de grande ajuda que cada um entendesse o papel que desempenha no Universo, como espécie e como indivíduo. Por  isso, me aventuro em muitos assuntos que fogem à pura crença em algo, para acabar enveredando por temas pouco ortodoxos, sendo um deles o entendimento do nosso Universo, pois, sem um mínimo de entendimento sobre ele, como poderemos descobrir o nosso papel?  Aqui não me refiro apenas aos aspectos científicos que explicam apenas até um determinado ponto e são mutáveis, como vem sendo mostrado ao longo do tempo, mas, principalmente, à estrutura que dá origem e sustenta nossa realidade – aquela que conseguimos perceber, é claro – na qual temos que desempenhar os nossos papéis na vida. ​     

    Em um Universo tão bem organizado e estruturado, para os nossos padrões, é de se esperar que nada possa existir apenas por existir; para justificar uma existência é preciso ter uma utilidade, suprir uma necessidade desse Universo.  O Ser Humano se sustenta numa estrutura trimembrada formada por Corpo, Alma e Espírito.  Já comentamos em várias oportunidades a natureza e as  características desses três elementos e, portanto, não vou me estender sobre elas.  O Corpo pode ser entendido como uma máquina orgânica que funciona, primariamente, sem a necessidade de intervenção externa, a não ser para manutenção e combustível, como qualquer máquina que conhecemos.  O Espírito é algo que, na realidade, não nos pertence; ele é o elo que nos liga ao Universo, permitindo que façamos parte daquele “Todo” do qual tanto se fala – se algo existe, é porque foi chancelado para fazer parte dele.

    Nenhum desses dois elementos, portanto, pode ser considerado conter a finalidade do Ser Humano; são recursos e ferramentas que permitem que ele cumpra o seu propósito. Restou a Alma, até mesmo por exclusão, para podermos identificar onde se situa o propósito do Ser Humano.   Ela está ligada ao acúmulo de vivências, experiências e, se quisermos um cunho mais abrangente, de informações.

     Neste ponto, esbarramos com o questionamento mais importante desta reflexão.  Quem são, ou quem é o beneficiário dessas informações?    É  provável que a maioria dos leitores responda a esta pergunta indicando o próprio Ser Humano, que precisa evoluir, aprendendo novas lições, como o destino de todo esse esforço de captação de informações.  No entanto, se pensarmos objetivamente, sem considerar qualquer tipo de crença, qual seria o sentido de criar algo imperfeito, apenas para corrigi-lo depois ? Isto não seria transformar o Ser Humano em um verdadeiro Tamagotshi ?  Uma diversão para um eventual criador ?  Além disso, esta é uma característica dos que acham que o Ser Humano é o centro de uma criação em que todo o resto está aqui para servi-lo.

    Tratando o Ser Humano como um sistema, o seu propósito tem que ser buscado sempre fora dele.  Nenhum sistema existe apenas para se autoglorificar; ele precisa entregar ao seu meio ambiente algo que supra uma necessidade, ou seja, precisa ter utilidade.  Admitindo que ele precise melhorar, precisamos nos perguntar: “melhorar para que ?”, para poder ir para o céu?   Até mesmo no corpo humano os órgãos interagem e cooperam para um propósito maior que é a manutenção da vida.   Usando o bom senso, teríamos de admitir que o Ser Humano tem uma finalidade ou uma utilidade no contesto mais amplo do Universo.  Para que a necessidade de se aprimorar, ou como costumamos dizer, “evoluir” ?      

     A vida nos  ensina que temos de nos preparar para assumir novas responsabilidades ou galgar novas posições na escala hierárquica.  Um “criador” de um Universo que está em permanente expansão e possa ter perdido a sua capacidade de administra-lo irá precisar, cada vez mais, de novos “auxiliares” com capacidade para supervisionar setores fora de controle.  Nesta linha, é provável que existam várias “Faculdades” espalhadas pelo Universo e sejamos “alunos” de uma delas.  Por isso, não é de se estranhar termos de repetir alguma matérias nas quais não atingimos o desempenho exigido.  Nada a ver com punições, apenas uma busca de padrões que precisam ser alcançados.  É possível, também, que os chamados Mestres Ascensionados sejam aqueles que conseguiram se graduar, o que não quer dizer que eles não possam ainda passar por novos mestrados ou doutorados para se aprimorarem ainda mais.   

    Uma pergunta que assoma logo é sobre porque na volta não lembramos de tudo.  Muito mais provável do que um eventual “chá do esquecimento”, como é preconizado por muitos, seria a existência de um novo corpo, que carrega memórias genéticas próprias, além de começar denso devido à própria natureza do Planeta, ou seja, não ´é uma criação perfeita.   O que acontece, então, com as memórias “perdidas” ?   Elas não se perdem;  já foram plasmadas no Universo, naquilo que é considerado o Arquivo Akásico, e fazem parte do nosso subconsciente, mas apenas as mais densas podem ser acessados pela nova vibração do corpo, até que este consiga, ou não, alcançar a vibração necessária.     É interessante observar que todas essas informações estão disponíveis para acesso por aqueles que têm a vibração correspondente  a cada uma delas.   Por isso, não há nada de novo no Universo e uma ideia milenar pode voltar com novas roupagens.  Por isso, também, a sincronicidade das ideias – se você tem uma ideia, use-a logo, se não, alguém na mesma frequência poderá “rouba-la”.     

    Tudo isso, para tornar mais fácil explicar que o “Céu de cada um” depende da sua frequência vibratória.  Para uns, o Céu é algo pregado pelas suas religiões, para outros pode ser uma biblioteca ou um laboratório de pesquisa e para mais outros um bar com bebida grátis.  Isto me faz lembrar um filme de 1989 – Campo dos Sonhos – onde um campo de baseball fazia parte, ao que tudo indica, do Céu de jogadores desse esporte.

      O próprio Ser humano, inconscientemente, se dá conta disso – quem nunca ouviu ou pronunciou frases como “ – Uma viagem pela Europa seria o Céu para mim”, para expressar algo que nos agrada profundamente?     É pouco provável que o Universo esteja disposto a proporcionar intermináveis “férias remuneradas” para quem nem sequer se formou na graduação.  Poderíamos entender, então, as diversas versões de experiências de quase morte e descrições do Céu.  Mas, parece ser mais provável que qualquer Céu seja um estágio intermediário onde as almas se juntam às de vibração semelhante, enquanto aguardam sua nova oportunidade.   

     Qualquer um pode ser capaz de desenvolver um raciocínio análogo e se perguntar se existiria um “Inferno de cada um”.  Ele existiria?  Como seria ele ?. .

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